O Evangelho é Peripatético

Me lembro nitidamente do amigo e presbítero Clóvis encenando o significado da palavra peripatético em um dos nossos muitos estudos bíblicos. Ele se levantou e caminhou de modo cenográfico para nos mostrar que peripatético é o aprendizado adquirido enquanto se caminha ao lado do mestre.

Me lembrei deste episódio ao ser indagado sobre como devemos argumentar com alguém totalmente secularizado sobre a verdade do Evangelho. Assim que ouvi esta pergunta, me lembrei dos inúmeros relatos nos quais Jesus tão somente, diz: Siga-me!

Em outras palavras, Ele estava dizendo: Caminhe comigo!

A escola peripatética de Aristóteles surgiu por volta de 300 a.C. e ganhou este nome por seu mestre ler e ensinar seus discípulos enquanto caminhava pelos portais de Liceu, conhecidos como perípatos.

Sim, o Evangelho é peripatético, mas não por ser derivado do círculo filosófico de Aristóteles. O Evangelho é peripatético por sua forma de transmissão e aprendizado.

Peripatético na transmissão, pois se transmite pelo famoso – Ide – de Cristo que nos impulsiona a caminharmos na direção do próximo que se torna discípulo e, assim, é enviado ao seu próximo, num santo contágio sem fim.

Peripatético no aprendizado, pois se aprimora na caminhada diária com o Mestre em oração, adoração e serviço. Caminhada que se desenvolve no conhecimento da sua Santa Palavra e na prática diária deste aprendizado.

Ao ser indagado, também me lembrei daquela frase curiosa, proferida por Jesus a Pedro: “Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos”. – Lucas 22:31,32

Pedro havia caminhado e vivido com Cristo por meses e meses, porém, pouco antes de padecer na Cruz, Jesus declarou que ele ainda precisava se converter. Como costumamos dizer de modo tosco: Falta chão! Pedro precisava caminhar mais um pouco com Cristo, para estar em condições de fortalecer os seus irmãos.

Sem dúvida, também é assim com a gente, afinal, é caminhando que se aprende, que se pratica e que se transmite o Evangelho. Por isso, respondendo a indagação sobre como devemos argumentar sobre a verdade do Evangelho, creio que a melhor resposta continua sendo a de Cristo: – Siga-me! Caminhe comigo.

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