O que me faz cristão?

“Preciosas são as horas na presença de Jesus” é a primeira frase de um antigo hino de igreja. Tive a oportunidade de relembrar este hino há alguns dias, tocado no piano por um bom amigo.

Em uma de minhas caminhadas, estive refletindo sobre o que nos faz cristãos. Pensei na luta existente entre os nossos desejos e ímpetos contra nossos raciocínios e valores. Lembrei de alguns momentos onde renunciei minha vontade natural, tomando decisões prudentes e honestas e também lembrei de alguns amigos que caminharam ao meu lado mas se deixaram levar por esses desejos, prejudicando a si mesmos e aos seus companheiros. Neste raciocínio, quase cometi um erro ao concluir que sou cristão por minhas decisões, meus valores e por minha conduta de vida.

– Não! – Disse eu. Não é isso que me torna cristão, pois também já vi pessoas “não-cristãs”, não-comprometidas com alguma religião, não-frequentadoras assíduas de qualquer denominação cristã-religiosa. – Sim! – vi pessoas como estas, tomando decisões corretas, prudentes e honestas no decorrer da vida, obtendo uma conduta irrepreensível.

Mais alguns minutos de caminhada e reflexão. A pergunta não saía da minha mente. O que me faz cristão? Mais uma vez me reportei às lembranças e me lembrei de que nos momentos mais difíceis e também nos momentos mais alegres, eu busquei a Deus para lhe pedir ajuda ou para agradecer-lhe. Busquei Sua presença e obtive resposta. Nestes momentos a Sua resposta silenciosa, de pura experiência íntima e pessoal, transcendeu os livros de auto-ajuda, os consultórios dos psicólogos, as sessões de terapia e enfim toda ciência humana. Nesta hora, sim, me tornei cristão e conclui que, acima de tudo, ser cristão, não é ser portador de uma conduta irrepreensível, mas sim possuir um anseio natural pela presença de Cristo. Anseio este que foi saciado pelo dom da fé. Enfim, cristão é aquele que, pela graça de Deus, sabe e sente que: