Amorizar: Ação de se aproximar das pessoas, modo de abrir caminho para que outras pessoas se aproximem. Exemplo: Ela resolveu amorizar a passagem entre ele e ela.
Já tinha ouvido há muitos anos este verbo em uma música do Teatro Mágico, mas só neste ano resolvi buscar o significado dele. É muito legal saber que mesmo um quase quarentão como eu ainda tem uma lista infindável de palavras para acrescentar ao repertório. Achei lindo a sonoridade deste verbo e sua semelhança com o verbo amar e o verbo harmonizar, como se ele fosse um irmão desconhecido desta dupla de verbos tão usados. Ao descobrir o significado de amorizar fiquei impressionado sobre como ele pode ser útil nos dias atuais da igreja cristã evangélica brasileira que parece estar numa empreitada de desamorização com uma lista longa de “inimigos da fé”. A HBO, a Globo, a Veja, a Arte, o Museu, os Esquerdistas, os Liberais, os Progressistas, os Queers, os Evolucionistas, os issos e aquilos…
Desamorizar: Ação de se afastar das pessoas, modo de fechar caminho para outras pessoas se distanciem. Exemplo: A igreja resolveu desamorizar a passagem entre eles e ela.
Não me envergonho do Evangelho, prova disso que há mais de 10 anos mantenho este singelo blog cristão, expondo minha fé e meus deslizes nesta jornada de fé. Nestes 10 anos já fui, inclusive, chamado de falso por alguns amigos e parentes, porque muita gente ainda entende que quem fala de Cristo publicamente tem o dever de ser perfeito como Ele. Mas tudo bem! São ossos do ofício, de dar a cara pra bater neste mundo online, cheio de juízes Nutella. Prefiro isso do que ser agente secreto de Jesus nas redes sociais, só pra bisbilhotar e julgar a vida alheia sem se expor como incompleto e errante.
De fato, posso me julgar e me culpar por muitos pecados que trago aqui comigo, mas por certo não carrego a culpa de me envergonhar do Evangelho. Tenho me exposto como cristão e faço isso com prazer, mas não me peça para entrar nesta modinha de ser militante cristão desamorizando-se contra tudo e todos, como um novo cruzado da fé em sua mini-guerra santa de rede social. Não tente me convencer a participar desta nova marolinha de fé evangélica com viés político, porque eu não vou me ingressar, mesmo. Me chame do que você quiser, me coloque na sua super-lista de desamorização e me queime na fogueira santa dos comentários anti-hereges da sua rede social preferida.
Então, o que eu pretendo fazer por mais algumas décadas?
Vou continuar falando sobre o que o Evangelho É, sem ficar perdendo tempo com aquilo que o Evangelho NÃO É. Sem ficar de mimimi contra produtos, canais, serviços e pessoas ao apontá-las como as novas potestades do ar do século XXI. Me poupe! Quero aproximar pessoas ao Evangelho. Quero ser usado por Deus para amorizar pessoas à Jesus. Quero que elas tenham a oportunidade de me ver como uma ponte, como um acesso, ainda que trôpego, Àquele que é o único Caminho, a única Verdade e a única Vida, na qual eu creio e na qual encontrei significado para esta vida e para o além.
Termino este texto desabafo, com o texto bíblico que costumo usar para terminar a Oficina de Geração Digital. Neste pequeno texto, Deus, cheio de compaixão para com os pecadores de Nínive, encerra o livro com uma pergunta ao desamorizado profeta Jonas:
Com isso ele desejou morrer, e disse: “Para mim seria melhor morrer do que viver”.
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