Quando era criança imaginava que casamento era algo fácil de dar certo, duas pessoas se encontram, se amam, decidem, casam e vivem felizes. Hoje, vejo o casamento como um mistério do coração, duas pessoas ligadas pelo simples desejo de estar juntas, como num truque de mágica, onde o artista controla um objeto no ar, mas os espectadores não conseguem ver o fino fio que liga as mãos ao objeto. No casamento, estamos juntos até que um diga: “não quero mais”. Sofre quem fica, quem vai, e, no caso de filhos, quem está no meio. Mas este terceiro sujeito, continua vivo, continua sendo passado e se fazendo presente.
Casamento é cruzamento de amor com vontade. Amor que é cola. Vontade que é ato de colar, de fazer o que certo pra ver o certo dar certo. Vontade de usar o amor pra se fechar diante de tantos amores possíveis e se dedicar a um só. Amor que gera vontade de ficar junto, de dividir o lucro e o prejuízo, o custo e o benefício. Amor involuntário que ama sem sentido, com vontade voluntária que age lúcida e consciente. Amor de ficção, vontade de razão.
Para os céticos, instinto humano.
Para os fiéis, mistério de Deus.
“Amor não é olharem um para o outro, mas sim olharem ambos numa mesma direção” Antoine de Saint-Exupéry
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